Entrada da Virgem no Templo
O seu candor
Conta-me, Virgem, eu te rogo,
uma partícula insignificante ao menos
do que fazes no Templo.
Si alguém por ventura decantar quisesse
tuas virtudes todas,
ou somente passá-las pela fantasia,
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havia de enlouquecer, por certo, sem palavras:
mas depressa contaria as areias dos mares,
as ervas dos campos, as gotas da chuva,
as estrelas do firmamento, os ramos da floresta,
do que tuas heroicas virtudes.
Ó templo feliz,
mais formoso do que o Templo que te abriga!
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de teu peito em chamas se evola um perfume perene.
Se não sei cantar teus primeiros anos,
dá-me a graça, ao menos,
de senti-los, de amá-los!
Esse amor que pintará muitas vezes
teu encantador aspeto
e me fará viver a teu lado, de contínuo.